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AVC: atenção aos sinais que antecedem a doença


O AVC atinge homens e mulheres na idade adulta, mas é na melhor idade que as pessoas ficam mais propensas. Surge em consequência da obstrução das artérias responsáveis pela passagem do sangue para o cérebro e pode deixar sequelas.

Algumas doenças que acreditamos surgirem de maneira repentina, muitas vezes nos dão sinais ao longo dos anos antes de realmente “aparecerem”, causando sequelas muitas vezes irreversíveis. Uma dessas doenças é o Acidente Vascular Cerebral (AVC), vulgarmente conhecida como derrame cerebral e é caracterizado pela interrupção do fornecimento de sangue para qualquer parte do cérebro. Essa interrupção pode se dar por meio do bloqueio do vaso sanguíneo por um coágulo de sangue (AVC isquêmico) ou pelo seu rompimento (AVC hemorrágico). Existem diversos fatores considerados como riscos para aumentar a chance de ter um acidente vascular cerebral, sendo o principal a hipertensão arterial sistêmica não controlada. Aproximadamente 40% dos AVCs ocorrem devido à pressão alta, mas ela não é a única responsável pelo aumento dos casos no mundo. Além disso, é a terceira causa de mais mortes em vários países e também a principal causa de incapacitação física e mental.

Para o clínico e sexólogo do Centro Médico Pampulha, Ronald Farah, o número de pessoas que são acometidas pelo AVC tem aumentado nos últimos anos por diversos fatores, como o colesterol, doença cardíaca, tabagismo, consumo exagerado de bebida alcoólica e diabetes, mas salienta que o envelhecimento da população e o fator congênito também são dados relevantes para o aumento da doença. “As pessoas estão vivendo mais e quanto mais se vive, maior a chance de ter um AVC. Mas há também o fator congênito, em que a pessoa nasce com a doença. Mas isso não significa que ela tenha herdado do pai ou da mãe. Ela simplesmente nasce com a propensão para a doença”, explica. O médico ressalta que no caso de AVC em pessoas mais jovens, a ruptura ocorre devido ao aneurisma que se rompe por acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos.

Muitas vezes, antes de acontecer o AVC, pode ocorrer um Ataque Isquêmico Transitório (AIT), que corresponde a uma isquemia passageira (entupimento dos vasos). Ele não chega a constituir uma lesão neurológica definitiva e não deixa sequela, mas é um aviso de que um AVC pode acontecer. Dessa forma, é importante perceber na pessoa sintomas do AIT, como tontura repentina ou vertigem, alteração no estado de alerta (sonolência, perda de resposta), alterações nas sensações (toque, dor, temperatura, audição, paladar), confusão ou perda de memória, dificuldade para deglutir, ler, escrever, incapacidade de reconhecer objetos ou pessoas, dormência ou formigamento em um lado do corpo, dentre outros. Esses sintomas dependem da área isquemiada e podem durar de alguns minutos a uma ou duas horas, mas podem ser o prenúncio de um problema maior. Segundo Farah, é importante que a pessoa procure atendimento médico caso sinta uma dor muito forte e repentina. “A dor surge de forma abrupta e, na maioria dos casos, em regiões em que a pessoa nunca tinha sentido algo semelhante. Por isso é necessária uma avaliação detalhada para que esse quadro não se agrave”, ressalta.

O AVC isquêmico é o mais comum, presente em mais de 80% dos casos. Ocorre pela falta de fluxo sanguíneo cerebral, que pode acontecer por vários fatores, dentre eles uma obstrução arterial, queda na pressão de perfusão sanguínea, como nos estados de choque ou obstrução na drenagem do sangue venoso. Já o AVC hemorrágico, apesar de ocorrer em uma porcentagem menor (cerca de 20% dos casos), acontece quando há um rompimento do vaso sanguíneo do cérebro. Em virtude desse rompimento, há a possibilidade de deixar sequelas mais graves, como paralisação de um lado do corpo, dificuldades na fala, alterações comportamentais e cognitivas, dentre outras.

Apesar de os fatores de risco muitas vezes estarem associados à idade, raça ou constituição genética, vale lembrar que outras causas que contribuem para o aparecimento do AVC podem ser diagnosticadas e tratadas. O acompanhamento regular de um médico é de suma importância para evitar ou diagnosticar precocemente qualquer doença. A realização de exames periódicos também. Pessoas sedentárias, que fumam e que bebem devem ter ainda mais atenção, pois elas têm um risco maior de sofrer um AVC. O mais importante é adequar os hábitos de vida diária, com prática de atividades físicas e alimentação saudável, requisitos fundamentais para a prevenção de inúmeras doenças e para manter uma qualidade de vida ideal.

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