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  • Foto do escritorEm Foco Mídia

Limitações do transporte público em Belo Horizonte


Os moradores dos bairros Jaraguá, Dona Clara e região têm enfrentado muitas dificuldades com o transporte público. As reclamações são das longas esperas entre um coletivo e outro, dos congestionamentos causados por linhas de ônibus que passam por ruas estreitas ou com carros parados em ambos os lados e da falta de linhas diretas para alguns lugares. Essas reivindicações não são novidade. A população dos bairros que recebem o Jaraguá em Foco já manifesta, há algum tempo, a sua insatisfação com ônibus que circulam na região. Porém, não são apenas os moradores locais que têm reclamações a fazer sobre os coletivos. Em geral, os belo-horizontinos não estão satisfeitos com as opções de transporte da cidade. O metrô e os ônibus não cobrem muitos trechos e, diversas vezes, mesmo em trajetos próximos entre bairros vizinhos, as pessoas precisam pegar mais de um veículo para chegar ao seu destino. No final de junho de 2022, a Câmara dos Vereadores da capital aprovou a concessão de R$ 243,4 milhões para subsidiar o transporte coletivo em BH. O valor será distribuído ao longo de um ano. O intuito é ampliar o número de ônibus e diminuir o tempo de espera nos pontos e nas estações. O Projeto de Lei nº 336/2022 também recebeu uma emenda que autoriza a ampliação do subsídio em R$ 5,9 milhões.

MELHORIAS. SERÁ? De acordo com o Plano de Mobilidade de Belo Horizonte (PlanMob – BH), existem ações necessárias no eixo de mobilidade coletiva. Dentre elas, estão: a criação de novas linhas no serviço seletivo interligando regiões com potencial de atendimento aos atuais usuáriosde carros particulares; ampliação da rede de linhas que rodam à noite e nos finais de semana; implantação de novas estações de ônibus; ampliação das linhas do metrô; implantação do ônibus de transporte rápido (MOVE) em determinados trajetos; complementação das linhas já existentes; e a criação do Fundo Perene de Investimentos no Transporte Coletivo. Além das melhorias necessárias para os usuários, os funcionários das empresas de ônibus e do metrô também requisitam os seus direitos. André Dantas, superintendente da Superintendência de Mobilidade do Município de Belo Horizonte (SUMOB), afirma que tem trabalhado juntamente com a Prefeitura em diversas frentes e destaca que o processo é contínuo, envolvendo a escuta da sociedade, o monitoramento de operação com decorrentes ajustes e os avanços em projetos já aprovados, que terão continuidade nos próximos anos. “Estamos trabalhando de forma constante pela captação de recursos para projetos futuros e agregando, cada vez mais, eficiência à mobilidade local. Atualmente, dentro do programa de priorização do transporte coletivo, existem projetos executivos para implantação de 77 km defaixas exclusivas para ônibus. A primeira fase, com 10,6 km, já estava em execução e sua conclusão estava prevista para este mês de dezembro”, pontua André. O superintendente tambémdefende que o modelo de financiamento do serviço de transporte público, exclusivamente pela tarifa, é um limitador para avanços e investimentos, sendo uma questão crítica em quasetodas as cidades brasileiras.

METRÔ A Assessoria de Comunicação da Companhia Brasileira de Trens Urbanos de Belo Horizonte (CBTU – BH) ressalta que o metrô de BH possui 19 estações, que atendem a cerca de 100 bairros da capital e Região Metropolitana de Belo Horizonte, considerando um raio até 600 metros. Além disso, a Companhia afirma que todos os indicadores são analisados diariamente e, sempre que há mudanças no número de usuários, a operação adequa a oferta de trens. Conrado Portella, responsável pela Administração Central da CBTU, afirma que existe um projeto de expansão do metrô, realizado entre o Ministério das Cidades (atual Ministério de Desenvolvimento Regional) e o Governo do Estado de Minas. “Neste momento, a expansão está ligada ao processo de concessão. No entanto, sem a participação da CBTU”, explica o gestor.

GREVES DOS METROVIÁRIOS Além dos desafios encontrados normalmente pelos usuários, os profissionais da área também recorrem aos seus direitos e promovem paralisações, o que impacta ainda mais a rotina daqueles que precisam do transporte coletivo. Durante este ano, algumas greves foram realizadas pelos metroviários, principalmente em defesa de aproximadamente 1.500 empregos que podem ser extintos com a privatização do metrô. A primeira paralisação de 2022 ocorreu entre 21 de março e 1º de maio, durando 41 dias, e foi a maior da história do metrô da capital. As greves afetam cerca de 150 mil usuários que são atendidos pelo sistema diariamente. Quando o metrô para, eles precisam procurar alternativas para se deslocarem. O Tribunal de Contas da União aprovou no final de agosto o modelo de privatização proposto para a praça mineira da Companhia. O leilão para privatização e concessão da CBTU-MG está marcado para o dia 22 de dezembro na B3, em São Paulo, e a empresa vencedora será responsável pela gestão, operação e manutenção da rede. Enquanto isso, aguardamos por melhorias reais e ações realmente eficazes que amenizem todo o transtorno e a falta de logística de várias linhas, o que vem impossibilitando a qualidade do serviço e que as pessoas se desloquem de maneira mais rápida, segura e efetiva.

(Nathália Farnetti)

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